sábado, 23 de abril de 2011

Caminhadas

E agora um conto; qualquer semelhança com a realidade é mero ponto de vista...



Caminhadas
Calor, essa temperatura constante na cidade verde, em que as folhas ficam amarelas de Sol, é o que banha as manhãs, tardes e noites de Teresina

Quando há uma chuva a banhar as samambaias presentes nas casas simples de todas a avós amantes de plantas, observar a água cair nos faz crer que não existe maravilha mais surpreendente que as águas tocando o chão e transformando o barulho produzido pelas águas como melodia da canção mais bela já composta por qualquer poeta musical que já tivesse existido no mundo....

Na bela cidade luz, a Paris do Piauí – sim, Pra quem vive aqui, não existe outro lugar em que se queira estar, mais do que o aconchego do lar – calor e chuva andam de mãos dadas, pois por mais forte que a água possa tocar o solo, mais quente será.

O solo é tão sedento por águas nesse lugar, que resolveu armazenar a linda chuva em poças, poças essas que levam chinelos de namorados que emprestam para suas amadas não molharem seus sapatos...

E os chinelos saem dos pés, em busca de uma terra nova, desconhecida! Ouso dizer que existe um mundo onde os chinelos se encontram e tem uma civilização oculta.

O caminho mais curto para La deve ser o rio, a tal passagem secreta... Imagino que lá deve ter milhões de chinelos provenientes de Teresina. Imagino a cena, quando eles chegam lá, com certeza sentem falta da Grande Paris Piauiense, onde podiam descansar nos pés das avós colocados em cima de cadeiras de espaguete, enquanto ao olhar para rua, podiam falar com as chinelas dos vizinhos de 30 anos que ainda são fiéis doadores de uma xícara de açúcar.

É, pensando bem, esse mundo deve existir e ser bastante cruel, pois nunca vi uma sandália voltar de lá... Talvez tenham morrido de frio, sem ter mais os pés quentinhos calçando-as...

Chinelo bom que se preze não se devia perder na chuva, pois nunca encontrarão lar como Teresina, a cidade verde de folhas amareladas de quentura...

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